Estaca Zero
Quero voltar ao limite
Quero voltar ao original
Quero voltar ao começo
Quero voltar ao banal
Quero ir aonde fui
Quero ir onde passei
Quero ir onde começou
Quero ir aonde amei
Sei que não posso
Sei que não devo
Sei que não volto
Sei, pois eu vejo
Escorreu pelos dedos
E não foi por que eu quis
Deslizou pelos dedos
Foi tão rápido que não vi
E o que sobrou
Um sopro levou
Um sopro leve
Que minha boca soprou
Pois quis rebobinar
Pois quis reviver
Pois quis recomeçar
Pois quis refazer
Rebobinar foi o que fiz
Reviver foi o que fiz
Recomeçar foi o que fiz
Refazer foi o que fiz
Fui correndo ao limite
Fui correndo ao original
Fui correndo ao começo
Fui correndo ao banal
Fui correndo aonde fui
Fui correndo onde passei
Fui correndo aonde comecei
Fui correndo aonde amei
Virei a ampulheta
Tenho tempo de sobra
Mas mesmo assim
Não é muito tempo
Por isso quero meu céu
Cor de infinito
Por isso quero o teu papel
Branco infinito
Por isso quero a minha filha
Em duas dividida
Por isso quero a tua vida
Branca limpa
Quero voltar a mim
Quero voltar a nós
Quero voltar a ti
Quero voltar a vós
Quero voltar à vida
Quero voltar à cruz
Quero voltar à guilda
Quero voltar à luz
Agora sei que cheguei
Agora sei que voltei
Agora sei que desci
Agora sei que calei
E não me envergonho disso
E não me calo por isso
E não me inveje por isso
E não me orgulho disso
Tenho necessidade disso
Tenho vontade disso
Tenho desejo nisso
Tenho atração por isso
Quero voltar ao grande barulho
Ao grande barulho voltar eu quero
Desejo infinito porem sincero
Quero voltar ao início
A estaca zero
José Alberson
Nenhum comentário:
Postar um comentário