segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Magia Celta - Vastor Mundrin



Magia Celta

Nove madeiras no caldeirão vão,
queime-os rapidamente e queime-os lentamente. 
Vidoeiro no fogo vai, 
para representar que a Senhora tudo sabe.

Carvalho dá à floresta poder, 
no fogo traz a visão e de Deus compreensão. 
Sorveira é a árvore do poder,
dando vida e magia à flor.

Salgueiros na orla descansam,
para ajudar na jornada ao País do Verão. 
Pilriteiro é queimado para purificar
e trazer fadas ante seus olhos.

Aveleira, a árvore da sabedoria e da aprendizagem,
aumenta sua resistência com ao brilhar e queimar do fogo. 
Branca são as flores da macieira,
que nos traz os frutos da fertilidade.

Pinheiro é a marca do sempre-verde,
para representar a imortalidade invisível. 
Sabugueiro é a árvore da Senhora,
não o queime, ou será amaldiçoado.

Vastor Mudrin


Estaca Zero



Estaca Zero

Quero voltar ao limite
Quero voltar ao original
Quero voltar ao começo
Quero voltar ao banal

Quero ir aonde fui
Quero ir onde passei
Quero ir onde começou
Quero ir aonde amei

Sei que não posso
Sei que não devo
Sei que não volto
Sei, pois eu vejo

Escorreu pelos dedos
E não foi por que eu quis
Deslizou pelos dedos
Foi tão rápido que não vi

E o que sobrou
Um sopro levou
Um sopro leve
Que minha boca soprou

Pois quis rebobinar
Pois quis reviver
Pois quis recomeçar
Pois quis refazer

Rebobinar foi o que fiz
Reviver foi o que fiz
Recomeçar foi o que fiz
Refazer foi o que fiz

Fui correndo ao limite
Fui correndo ao original
Fui correndo ao começo
Fui correndo ao banal

Fui correndo aonde fui
Fui correndo onde passei
Fui correndo aonde comecei
Fui correndo aonde amei

Virei a ampulheta
Tenho tempo de sobra
Mas mesmo assim
Não é muito tempo

Por isso quero meu céu
Cor de infinito
Por isso quero o teu papel
Branco infinito

Por isso quero a minha filha
Em duas dividida 
Por isso quero a tua vida
Branca limpa

Quero voltar a mim
Quero voltar a nós
Quero voltar a ti
Quero voltar a vós

Quero voltar à vida
Quero voltar à cruz
Quero voltar à guilda
Quero voltar à luz

Agora sei que cheguei
Agora sei que voltei
Agora sei que desci
Agora sei que calei

E não me envergonho disso
E não me calo por isso
E não me inveje por isso
E não me orgulho disso

Tenho necessidade disso
Tenho vontade disso
Tenho desejo nisso
Tenho atração por isso

Quero voltar ao grande barulho
Ao grande barulho voltar eu quero
Desejo infinito porem sincero
Quero voltar ao início

A estaca zero

José Alberson

sábado, 4 de janeiro de 2014

A Cobiça - Sara Melyssa



A Cobiça

Porfiei a necessidade de permanecer lhe beijando
Entre confissões cegas de um desejo mundano

Tateando teu corpo nas brumas do meu anelo 
Proveniente dos pensamentos mais perversos

Mantendo o primor de uma nostalgia a bisar 
O que é, de fato, o único ardor que hei de carregar

Que não me permite submergir ao novo estado
Se o que carrego é a lembrança de um fardo

Do que és e o que somos nesta existência vazia, 
Inebriante aos gostos mais apurados em melancolia

Repetindo o que apetece o corpo a fim de reviver
Este organismo já tão podre pela inércia do ser

Espezinhando minha moral e meu renome
Causando motim na fugaz presença de teu nome

Pois basta o mais singelo pormenor no mais efêmero viés
Que me traga um pedaço imensurável da reminiscência do és

Fazendo-me ser maçante em total essência vulgar
Por culpa de uma estável cobiça de querer te amar.

Sara Melyssa
http://saramelyssa.blogspot.com.br/


Ira



Ira

Olhe minhas mãos
Sujas com o ódio
Essa chuva vermelha
Não vê como me molho?

Olhe, observe!
Veja o que me trouxe a vida
Punhados e mais punhados
Da mais pura ira

Ira
Que tem gosto de desespero
Ira
Que me fez quebrar o espelho

Olhe meu rosto
Contorcido pela dor
Essa chuva vermelha
Não alivia o meu calor

Ri, ri a vontade
Pois a dor que sinto
Sentiras quando estiveres
Na mais dolorosa necessidade

Dor
Que me arranha o peito
Dor
Que me tirou do leito

Ousa os barulhos
Das mutilações
Esquecem que eu também tenho
As minhas emoções

Cortaram-me
Os braços
E fizeram minha alma
Pisar em cacos

Mutilaram-me
Costurarão minha boca
Por uma razão coerente
Mas, ao mesmo tempo louca

E agora meu coração
Pesa com o rancor
Meu coração foi pintado
E só foi com uma cor

Com o vermelho da ira
Ira
Que água não apaziguá
Só quando a verdade for realmente dita



Essa tormenta
Que se faz no coração
Lembra-me constantemente
Que tudo esta no chão

E eu só quero
Que a luz brilhe no meu alcance
E que ela nunca mais
Se faça tão distante

José Alberson

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014



Lune




Gritos



Gritos

Seja forte
Grite!
Não desista
Grite!

Não abandone
Grite!
Não volte
Grite!

Grite gritos!

Proclame um grito
Um grito de coragem
Esqueça a dor
Esqueça a saudade

Quebre as correntes
Grite!
Rompa limites
Grite!

Não abaixe a cabeça
Grite!
Não se esmoreça
Grite!

Grite gritos!

Grite com força
Grite com a alma
Não espere ninguém
Não espere palmas

Grite!
Sua vontade de viver
Grite!
O que grita dentro de você

Grite!
Sem medo e com vontade
Grite!
Com raiva e com coragem

Grite!
Rompa a solidão
Grite!
Grito de coração

Grite!
Seus sonhos e desejos
Grite!
Sem tristeza ou medo

Grite!
Você não esta sozinho
Grite!
Olhe em volta, você tem amigos

Grite!
Verdade
Grite!
Com ferocidade

Grite!
Sua loucura
Grite!
Na sua rua

Grite!
Quem é você
Grite!
Como é que é

Grite!
Para todos
Grite!
Até ficar louco

Grite...
Grite...
Grite...

Gritos...
Gritos...
Gritos...

Grite gritos!

José Alberson

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Asas



Asas

Sonhos perdidos
Deixados no caminho
Apodrecendo sozinhos
Se mexendo ainda vivos

Gritos de desespero
De um sonho tão lindo
Que se encheu de pó
Viu-se tão triste, tão só

Os sonhos estão morrendo
No abismo do medo
Eles nem crescem
Morrem tão cedo

Deixados pra trás
Por uma alma que chora
Porque seus sonhos
Foram embora, sem volta

Caída ao chão pede, implora
Que seus sonhos não se percam
Para que ela possa parar de chorar
Pois sonhos são asas que felicidade nos trás 

Com os sonhos
O mundo tem as cores
Que queremos ter
Sem precisar lutar
Ou se quer sofrer

Sonhar é necessário
Para poder crescer
O sonho é a essência
Para poder viver

Mas, um bom sonho
Tem que ser regado com esperança
Fé e perseverança
Se não murcha e seu esforço pra nada adianta

Para um sonho voltar a viver
Um desejo precisa ferver
Mas, o medo apaga com água
E com ódio a cinzas espalha
Mas, o desejo pode renascer
Como uma fênix afogueada
Evaporando o medo
E depois aos seus sonhos dá asas
Asas que sempre vão além

José Alberson

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Ultima Poesia - Sara Melyssa



Última poesia


Nenhum agora imergir-me-á como fizeste
No passado de outrora em que levaste
A maior parte de minhas inglórias
Entregues como ouro das mãos que tocaste;


Se relembro é somente para tirar-te
Das lembranças que voltam na miragem
De meu pensar não só sobre os sóis que apagaste
N'outros tempos ao qual recuso-me em guardar-te.


Foi-te e felicito tua partida
Deste vácuo que em meu peito enfincaste
Já não sobra tua moléstia
Afável tempo tênue que mais e mais afasta-te;


Esta constelação não tocaste
E quem a toca a preza
E tua presença aqui jaz
Última poesia a dedicar-te.


Sara Melyssa



Janela



Janela

Abram se as janelas
Revelem se os medos
Luz entre!
De força aos desejos


Mas, a janela se fechou
E os medos se esconderam
A luz apagou
E os desejos se perderam


Mas, se for preciso


A janela explodirá
E os medos morrerão
A luz do céu cairá
E os desejos viverão


O começo
Esquecido será
E o final feliz
Eternizar-se-á


Das janelas abertas
Felicidade brotará
O passado imperfeito
Morto estará


Dançara com a luz
A menina que ri
E ninguém vai questionar
Por que ela sorri


As portas trancadas
Sem chave e com segredo
Será revelado o que elas têm por dentro
Serão revelados todos nossos medos


E para a menina que ri
Vou contar meus desejos
Mas, para isso com certeza
Vou deixar que passe um tempo


Tempo corra!
Para que a janela abra
Abra com carinho para se ver a luz
Vai que minha felicidade escapa
E estraga a sementinha que lá eu pus


José Alberson