sábado, 4 de janeiro de 2014

Ira



Ira

Olhe minhas mãos
Sujas com o ódio
Essa chuva vermelha
Não vê como me molho?

Olhe, observe!
Veja o que me trouxe a vida
Punhados e mais punhados
Da mais pura ira

Ira
Que tem gosto de desespero
Ira
Que me fez quebrar o espelho

Olhe meu rosto
Contorcido pela dor
Essa chuva vermelha
Não alivia o meu calor

Ri, ri a vontade
Pois a dor que sinto
Sentiras quando estiveres
Na mais dolorosa necessidade

Dor
Que me arranha o peito
Dor
Que me tirou do leito

Ousa os barulhos
Das mutilações
Esquecem que eu também tenho
As minhas emoções

Cortaram-me
Os braços
E fizeram minha alma
Pisar em cacos

Mutilaram-me
Costurarão minha boca
Por uma razão coerente
Mas, ao mesmo tempo louca

E agora meu coração
Pesa com o rancor
Meu coração foi pintado
E só foi com uma cor

Com o vermelho da ira
Ira
Que água não apaziguá
Só quando a verdade for realmente dita



Essa tormenta
Que se faz no coração
Lembra-me constantemente
Que tudo esta no chão

E eu só quero
Que a luz brilhe no meu alcance
E que ela nunca mais
Se faça tão distante

José Alberson

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