Ira
Olhe minhas mãos
Sujas com o ódio
Essa chuva vermelha
Não vê como me molho?
Olhe, observe!
Veja o que me trouxe a vida
Punhados e mais punhados
Da mais pura ira
Ira
Que tem gosto de desespero
Ira
Que me fez quebrar o espelho
Olhe meu rosto
Contorcido pela dor
Essa chuva vermelha
Não alivia o meu calor
Ri, ri a vontade
Pois a dor que sinto
Sentiras quando estiveres
Na mais dolorosa necessidade
Dor
Que me arranha o peito
Dor
Que me tirou do leito
Ousa os barulhos
Das mutilações
Esquecem que eu também tenho
As minhas emoções
Cortaram-me
Os braços
E fizeram minha alma
Pisar em cacos
Mutilaram-me
Costurarão minha boca
Por uma razão coerente
Mas, ao mesmo tempo louca
E agora meu coração
Pesa com o rancor
Meu coração foi pintado
E só foi com uma cor
Com o vermelho da ira
Ira
Que água não apaziguá
Só quando a verdade for realmente dita
Essa tormenta
Que se faz no coração
Lembra-me constantemente
Que tudo esta no chão
E eu só quero
Que a luz brilhe no meu alcance
E que ela nunca mais
Se faça tão distante
José Alberson
Nenhum comentário:
Postar um comentário